Número do processo minerário ANM: 830.512/2008
Fase atual: Requerimento de Lavra
Substância Mineral: Diamante
Área (ha): 175,68
Município: Diamantina
Estado: Minas Gerais
Localização: A área localiza-se a oeste do distrito de Sopa, no município de Diamantina. O acesso a partir de Belo Horizonte ocorre pela BR 040 por cerca de 120 Km até o entroncamento com a BR 135. Nesta rodovia, segue-se por cerca de 50 Km até Curvelo. A partir desta, segue-se por mais cerca de 110 Km em direção à Diamantina pela BR 259 até o trevo do distrito de Conselheiro Mata, onde toma-se à esquerda, em estrada de terra por cerca de 3,5 Km. Desta, toma-se à direita por mais cerca de 3 Km em direção a Sopa até a área.
A pesquisa realizada apresenta dados disponíveis a respeito das rochas e sedimentos diamantíferos presentes na área. Oferece ainda sugestão interpretativa quanto a possibilidade de um terceiro depósito diamantífero na área: Os sericita-filitos do Distrito de Sopa-Guinda podem ser interpretados como rochas metamórficas a partir de protólitos de corpos ígneos intrusivos e extrusivos lamproíticos; na forma de diques, edifícios vulcânicos (isolados ou coalescentes) e ocorrem na forma de derrames vulcânicos. Foram identificados dois edifícios vulcânicos reliquiares na área. Estes edifícios são coalescentes e juntos formam o corpo denominado de “Girino”, que possui comprimento de 2,3 km e largura de 900 m.
As drenagens naturais que passam pelo corpo do sericita filito de Diamantina transportam diamantes e é comum a lavra garimpeira em seus vales e leitos. Chama a atenção uma lavra antiga realizada exclusivamente com a exploração de sericita filitos, que pode ser observada na porção sul da área. Uma área de aproximadamente 100m² foram exploradas superficialmente nesta lavra. Devido a grande proximidade desta lavra com as encaixantes, os sericita filitos estão muito deformados, com a presença de veios de quartzo posicionados de forma concordante em relação à clivagem ardosiana impressa nos sericita filitos.
Contexto Geológico: O mapeamento geológico detalhado da região de Sopa e Guinda demonstrou que um corpo de rochas meta-ígneas encontra-se posicionado de forma discordante dentro da Sequência São João da Chapada. Em planta, trata-se de um corpo com forma irregular, apresentando aproximadamente 900 metros de largura máxima e comprimento máximo de 2,3 km. Em perfil, o corpo tem a forma de uma taça de champanhe, afunilando para baixo até uma profundidade de mais de 300 metros, onde acunha. Apesar dos sericita filitos que constituem o corpo ígneo serem menos resistentes mecanicamente que os metarenitos encaixantes, o fato de existir uma canga laterítica atual (“chapéu de ferro”) recobrindo o corpo, fez com que este fosse preservado da erosão em detrimento das rochas encaixantes. O corpo em planta do sericita filito de Diamantina foi comparado com caldeiras lamproíticas típicas.

Mapa geológico de detalhe da área pesquisada (escala original de mapeamento=1:25.000). Os corpos Girino 1 e 2, de sericita filitos diamantíferos, afloram em uma área contínua com mais de 100 hectares.

Parte superior: Coluna litoestratigrafica do Espinhaço Meridional redefinida por Silva (1998). Parte inferior: Empilhamento litoestratigráfico pré-deformacional.
Recursos Minerais: Em termos de potencial para explotação, foi apresentado a ANM (Agência Nacional de Mineração) em Relatório Final de Pesquisa – RFP dessa área, os seguintes dados:
Foram escavados seis poços de pesquisa, com as profundidades relacionadas à espessura das coberturas coluvionares constituídas sobretudo por fragmentos de canga, localmente conhecido como Gorgulho.
O material retirado destes poços/trincheiras, correspondeu à aproximadamente 100m3, tendo sido beneficiado e recuperados 67 (sessenta e sete) diamantes, totalizando 3,06 ct de diamante. Pode-se então calcular um teor de 0,03 ct/m3 de diamantes, encontrados nestas coberturas quaternárias hoje depositadas na camada superficial do corpo Girino 1.

Projeção em planta (acima) e vertical (abaixo) da cava selecionada para mineração. Linhas tracejadas representam as estradas rurais que servem a cava, além da via direcionada para o centro desta. Quadrados pretos indicam as posições dos poços onde foi realizada a pesquisa mineral.
O volume das coberturas recentes recobrindo o corpo Girino 1 é de 825.000m3, equivalentes a um sólido regular com comprimento de 1.100m, largura média de 300m e profundidade média de 2,5m. O colúvio e a canga ferruginosa possuem um recurso medido de 24.750 ct. Considerando que o valor do quilate do diamante industrial é em média 60 US$/ct, logo o valor do recurso medido é de 1.485.000,00 US$.
Relatório Final de Pesquisa: Relatório Final de Pesquisa Positivo 830.512-2008
Valor (R$): 5.000.000,00
Geofísica: Os edifícios vulcânicos são facilmente identificados por magnetometria e gamaespectrometria (U, Th e K).